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Blefarite Posterior: uma das grandes causas de olho seco.

Blefarite Posterior: uma das grandes causas de olho seco.

Trata-se de de uma condição de origem multifatorial crônica de anormalidades das glândulas de meibômios, caracterizada pela obstrução dos ductos terminais e alterações na qualidade e quantidade das suas secreções glandulares. Estas anormalidades podem inclusive gerar fibrose e atrofia das estruturas locais, piorando o prognóstico. 

As condições clínicas associadas a DGM são: dermatites, olho seco, conjuntivite papilar gigante, blefarites anteriores, Rosácea, uso de Isotretinoina, Impetigo e infecções virais por Herpes vírus e Molusco Contagioso (entre outros menos comuns).

Sinais e sintomas:

As manifestações palpebrais incluem proliferação de vasos sanguíneos locais, depósito espumoso ao longo da margem, obstrução dos orifícios glandulares, descarga de secreções que variam de fluido turvo a material espesso durante expressão da margem palpebral, triquíase, hordéolo e calázio. 

As alterações bioquímicas da composição do fluido glandular geram instabilidade do filme lacrimal, permitem o crescimento de bactérias na margem palpebral, aumentam a evaporação da lágrima e o risco de inflamação e danos na superfície ocular. 

Desta forma, temos um quadro clínico de olho seco evaporativo, prurido (coceira), inflamação e irritação ocular que varia conforme o estágio da doença. 

Diagnóstico:

Basicamente clínico, assim como nas blefarites anteriores. Desta forma, depende da avaliação do médico oftalmologista.

É muito importante diagnosticar olho seco evaporativo, que pode ser consequência da DGM. Para isso, o oftalmologista instila colírio colorido chamado de corante vital em busca de avaliar a taxa de evaporação lacrimal e possíveis danos corneanos. A expressão palpebral também é prática comum durante o exame físico, onde o fluido glandular é avaliado. 

A possibilidade de neoplasia ou doenças imunomediadas deve ser considerada em casos de blefarites sem resposta ao tratamento e/ou associada a alterações cicatriciais crônicas. 

Tratamento:

Compressas mornas diárias por alguns minutos são benéficas por dissolverem as secreções espessas que obstruem os orifícios glandulares e  permitirem a melhor higiene posterior. As compressas podem ser realizadas com água limpa ou máscaras próprias para este uso. 

A limpeza é sugerida como o próximo passo, acompanhado de gentil massagem vertical nas pálpebras (com o objetivo de drenar as secreções meibomianas mais espessas, impactadas nos ductos glandulares). A limpeza pode ser realizada com shampoo infantil de pH neutro ou produtos específicos encontrados na farmácia, com os próprios dedos ou cotonete/algodão. 

Em consultório médico, é possível realizar procedimentos de exfoliação da margem palpebral posterior assim como expressão glandular através de equipamentos especiais para este fim. Além disso, novas técnologias como aplicação de luz pulsada são possíveis em casos selecionados. 

O uso de antibióticos e/ou corticóides tópicos devem ser encorajados em casos selecionados. Importante ficar atento a possibilidade de toxicidade ocular nos casos de uso inadvertido de colírios antibióticos e antiinflamatórios, assim como aos efeitos colaterais dos mesmos. Quando se trata de casos muito sintomáticos e sem controle adequado através do tratamento tópico, muitas vezes é lançado mão o uso de antibióticos sistêmicos devido a sua atividade antiinflamatória e antimicrobiana.

Ainda, existem alguns estudos demonstrando que uma dieta equilibrada, com suplementação de ácidos graxos como omega-3, pode ser benéfica em pacientes com DGM e doenças concomitantes como Rosácea e Dermatite Seborreica.

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